segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sindroma do ninho vazio

Certos factores sociais, como o abandono da casa pelos filhos adul­tos, agravam ainda mais este período crítico da vida da mulher, que alguns autores designam pelo “sindroma do ninho vazio”.
Também as sociedades desenvolvidas, têm a sua quota parte na responsabilidade do sofrimento deste grupo de mulheres.
Ao contrário das sociedades primitivas, em que a mulher de mais idade é mais respeitada e considerada socialmente, as sociedades desenvolvidas estigmatizam a mulher de idade, põe-na de lado, não a ouvem nem lhes interessa a experiência da sua idade. As pessoas individualmente, mais tarde, vão reconhecer e apreciar o valor da transmissão dessa experiência. Mas é já tarde demais…

A. Bacelar Antunes in Como viver melhor a sua menopausa, 2005, Xerazade Edições)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Menopausa (cont )

Como todas estas alterações são consequência da carência estrogé­nica, o tratamento mais lógico será a aplicação de estrogéneos ou outros produtos com efeito protector de futuras complicações (por ex. a osteoporose).
Atitudes negativas, nesta fase da vida, conduzem a um envelhecimento mais precoce e mais rápido. Na vida, é preciso comba­ter, resistir e fazer tudo ou o que for possível para nos tornar­mos mais felizes e termos uma melhor qualidade de vida.
Apesar de todos envelhecermos, não significa que as mulheres depois da menopausa, tenham um envelheci­mento fatal, pois há medidas terapêu­ticas eficazes que se podem adoptar, evitando uma aceleração desse processo e proporcionando uma prevenção de muitas alterações da menopausa e dando uma melhor qualidade de vida.
A menopausa tem sido relatada por muitos autores como a época de envelhecimento da mulher ou a decrepitude da sua existência, o que não corresponde totalmente à verdade, se ela fizer alguma coisa para o impedir.
(A. Bacelar Antunes in Como viver melhor a sua menopausa, 2005, Xerazade Edições)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Como viver melhor a sua menopausa - os sintomas

Os sintomas que aparecem e mesmo se agravam depois da meno­pausa, tornam mais difícil a vida das mulheres e nos seus serviços há uma redução da produtividade por sintomas variados, como lapsos de memória, irritabilidade fácil, humor depressivo, aumento da agres­sividade, etc..
Depois da menopausa e pela sua idade, a mulher recorre com mais frequência a consultas médicas, por estar mais exposta a diversas patologias e porque apresenta alterações que lhe trazem muito sofrimento, como sejam os afrontamentos (calores), suores, altera­ções psicológicas e sexuais, lapsos de memória, humor depressivo, insónias, palpitações, dores articulares, dores de cabeça, cansaço fácil, vertigens, nervosismo e muitas vezes incontinência urinária, sem falar nas complicações mais tardias como as doenças cardiovasculares e metabólicas e a osteoporose.

(A. Bacelar Antunes in Como viver melhor a sua menopausa, 2005, Xerazade Edições)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"Contracepção nas mulheres mais velhas"

Tenho por costume rever toda a literatura que vou guardando e de tempos a tempos limpar  o que não me interessa. Hoje aconteceu encontrar o resumo de um artigo escrito,  pelo cientista e amigo, NEVES e CASTRO, publicado no New Eng.J. Med. em 2008. Este nosso compatriota, que foi duurante anos investigador de Laboratórios com grande nome, escreve este artigo, que considero ainda actual porque consegue nesse ano ter uma visão do futuro no que diz respeito aos benefícios na altura em que a mulher entra definitivamente na menopausa.
E para que que as minhas amigas já na pré ou na menopausa fiquem a saber o que diz o nosso cientista:
"Portanto, do meu ponto de vista, penso que é melhor recorrer ao  dispositivo intrauterino e não à contracepçao oral"
Para uma leitura completa deste assunto podem as minhas amigas e amigos (não se esqueçam que também devem aguentar e compreender o sofrimento das mulheres nesta fase) consultar o seguinte link:

http://neves-e-castro.pt/menopausa/PDF_trabalhos/102.pdf

A. Bacelar Antunes

terça-feira, 4 de outubro de 2011

As cerejas (cont.)


Braga naquela altura ou naqueles anos, era uma espécie de cultura e vivência como Coimbra.Havia o lado intelectual e o lado boémio que se cultivava com grande prazer e com o sentido de ser sempre o primeiro a beber mais. Mas,digamos que estas eram as actividades das noitadas,dos abraços Baco, para nos darrmos bem e termos a bênção dos Deuses e estes nos ajudassem nos nossos amores.Por mim, os deuses nunca me protegeram e se às moças de quem gostei e me apaixonei algo disseram foi só dizer que me deixassem para lá porque eu não tinha interesse nenhum. Infelizmente, ao cotrário do que hoje penso, sentia-me asim: Horrivelmente feio pelo meu nariz de celta, muito magro e se conversasse só sabia falar do tempo.
Mas hoje com muita mais idade eu  vejo que quem apenas falava do tempo eram as meninas, algumas "queques".
Antes de irmos à feira dávamos a voltinha dos tristes: Arcada, R. do Souto, a outra rua que liga à rua dos Capelistas e de que não me lembro o nome, sempre atrás daquelas de quem esperávamos um dia poder abraçar, "cães de fila" atrás dos seus donos que não o eram. E só depois das moças desandarem para suas casas, íamos à feira comer cerejas.

Junto da vendedeira das cerejas perguntávamos o preço.
-Podemos provar?
E aí entrava o roubo da fruta, porque dois ou três de nós ia se aproveitando da ingenuidade da mulher comendo várias delas apressadamente e depois dizíamos apenas e secamente como quem tinha razão que eram muito caras e que não nos agradavam.

Perguntarão agora: Mas é esta a história?

Chame-se-lhe o que quiser, mas é apenas uma recordação da juventude, misturando as cerejas com as colegas com quem não falavámos e de quem tanto gostavámos.

Flashes pequenos da vida longa que já levo e em que em noutros lugares descrevo os momentos que mais me marcaram.

A. Bacelar Antunes