Sabendo tudo isto, o médico terá de
estar atento a todos os sindromes ou quadros clínicos que cursem
com insuficiência ovárica, que o
mesmo é dizer, com carência estrogénica A osteoporose pode ser classificada em
primitiva ou pós-menopâusica e secundária a patologias que levam à perda de
massa óssea.
A osteoporose pós-menopâusica é
proveniente da carência estrogénica, que leva a uma rápida perda óssea, havendo
uma maior reabsorção óssea em relação à osteoformação.
A perda óssea é de 1,5 a 3% por ano, durante 3 a 5 cinco anos após o último
cataménio. Depois há uma estabilização de perda óssea com 0,5 a 1% durante o resto de
vida.
As osteoporoses secundárias são
resultados de vários processos patológicos ou de terapêuticas utilizadas:
-
osteoporose por uso de
corticoides;
-
endiocrinopatia:
hipertiroidismo, hiperprolactinemia, acromegalia, síndroma de Cushing,
hiperparatiroidismo, hipoganadismos e anorexia mental;
-
osteoporose por
imobilização;
-
osteoporose por
medicamentos;
-
anticonvulsivantes,
lítio, heparina, análogas da GnRH, terapêutica de substituição da tiróide,
citotóxicos e neuroléticos.
Além de alguns factores que já
anunciamos, é preciso detectar precocemente alguns dos factores de risco para
se fazer assim a sua prevenção. Mas muitas vezes há já uma perda óssea
acentuada pelo que não é possível fazé-la mas sim tratá-la.
Como factores de risco da
osteoporose podemos assinalar:
-
sexo feminino;
-
raça caucasiana ou
asiática;
-
mulheres com baixo
peso;
-
antecedentes
familiares de osteoporose ou fracturas osteoporóticas;
-
pele clara;
-
ingestão pobre de
cálcio;
-
menopausa precoce ou
cirúrgica;
-
episódios de
amenorreia prolongados, sobretudo durante a adolescência;
-
hiperprolactinémias;
-
anorexia nervosa;
-
hipogonadismos;
-
transplante de órgãos
e insuficiência renal crónica;
-
sedentarismo;
-
ingestão acentuada de
sódio;
-
hábitos tabágicos;
-
ingestão abundante de
café;
-
outras causas que
produzem perda óssea (hipertiroidismo, hiperparatiroidismo e uso crónico de
antinflamatórios ou corticosteróides).
Na prática diária, o médico deve
ter sempre em atenção a grande importância dos estrogéneos no trofismo do
esqueleto feminino. A carência estrogénica é a principal determinante da
osteoporose da pós-menopausa e de outras situações que decorrem com
hipoestrogenismos em todas as idades (anovulação, terapêuticas por análogos de
GnRH e exercícios físicos intensos).
Com efeito, está estabelecido, que
os estrogéneos interferem positivamente em quase todos os processos do
metabolismo ósseo, regulando a produção e a acção de numerosas citoquinas
produzidas localmente. Actuam nos osteoblastos, tendo estes receptores para
aquelas hormonas. Parece também que os estrogéneos controlam a produção de
calcitonina. E é por isso que a administração de estrogéneos reduz a reabsorção
óssea, tendo como efeito final um aumento significativo da densidade mineral
óssea, tanto no osso trabecular como no osso cortical. O ganho de massa óssea
estabiliza-se ao fim de 2 / 3 anos de terapêutica estrogénica. Lembramos aqui,
que os estrogéneos são também eficazes no tratamento da osteoporose já
estabelecida, permitindo obter aumentos da massa óssea. Também, ao contrário do
conceito passado, os estrogéneos têm um efeito positivo sobre o osso em doentes
idosas, aumentando significativamente a densidade mineral, adoptando para cada
caso terapêuticas hormonal ou outras, e que mais se ajustem ao caso em questão.
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