quinta-feira, 7 de março de 2013

Prevenção da Osteoporose ( 2 )


Sabendo tudo isto, o médico terá de estar atento a todos os sindromes ou quadros clínicos que cursem

com insuficiência ovárica, que o mesmo é dizer, com carência estrogénica A osteoporose pode ser classificada em primitiva ou pós-menopâusica e secundária a patologias que levam à perda de massa óssea.

 

A osteoporose pós-menopâusica é proveniente da carência estrogénica, que leva a uma rápida perda óssea, havendo uma maior reabsorção óssea em relação à osteoformação.

 

A perda óssea é de 1,5 a 3% por ano, durante 3 a 5 cinco anos após o último cataménio. Depois há uma estabilização de perda óssea com 0,5 a 1% durante o resto de vida.

 

As osteoporoses secundárias são resultados de vários processos patológicos ou de terapêuticas utilizadas:

 

-         osteoporose por uso de corticoides;

-         endiocrinopatia: hipertiroidismo, hiperprolactinemia, acromegalia, síndroma de Cushing, hiperparatiroidismo, hipoganadismos e anorexia mental;

-         osteoporose por imobilização;

-         osteoporose por medicamentos;

-         anticonvulsivantes, lítio, heparina, análogas da GnRH, terapêutica de substituição da tiróide, citotóxicos e neuroléticos.

E que pode então o médico fazer na sua prática clínica para a prevenção da osteoporose?


 

Além de alguns factores que já anunciamos, é preciso detectar precocemente alguns dos factores de risco para se fazer assim a sua prevenção. Mas muitas vezes há já uma perda óssea acentuada pelo que não é possível fazé-la mas sim tratá-la.

 

Como factores de risco da osteoporose podemos assinalar:

 

-         sexo feminino;

-         raça caucasiana ou asiática;

-         mulheres com baixo peso;

-         antecedentes familiares de osteoporose ou fracturas osteoporóticas;

-         pele clara;

-         ingestão pobre de cálcio;

-         menopausa precoce ou cirúrgica;

-         episódios de amenorreia prolongados, sobretudo durante a adolescência;

-         hiperprolactinémias;

-         anorexia nervosa;

-         hipogonadismos;

-         transplante de órgãos e insuficiência renal crónica;

-         sedentarismo;

-         ingestão acentuada de sódio;

-         hábitos tabágicos;

-         ingestão abundante de café;

-         outras causas que produzem perda óssea (hipertiroidismo, hiperparatiroidismo e uso crónico de antinflamatórios ou corticosteróides).

 

Na prática diária, o médico deve ter sempre em atenção a grande importância dos estrogéneos no trofismo do esqueleto feminino. A carência estrogénica é a principal determinante da osteoporose da pós-menopausa e de outras situações que decorrem com hipoestrogenismos em todas as idades (anovulação, terapêuticas por análogos de GnRH e exercícios físicos intensos).

 

Com efeito, está estabelecido, que os estrogéneos interferem positivamente em quase todos os processos do metabolismo ósseo, regulando a produção e a acção de numerosas citoquinas produzidas localmente. Actuam nos osteoblastos, tendo estes receptores para aquelas hormonas. Parece também que os estrogéneos controlam a produção de calcitonina. E é por isso que a administração de estrogéneos reduz a reabsorção óssea, tendo como efeito final um aumento significativo da densidade mineral óssea, tanto no osso trabecular como no osso cortical. O ganho de massa óssea estabiliza-se ao fim de 2 / 3 anos de terapêutica estrogénica. Lembramos aqui, que os estrogéneos são também eficazes no tratamento da osteoporose já estabelecida, permitindo obter aumentos da massa óssea. Também, ao contrário do conceito passado, os estrogéneos têm um efeito positivo sobre o osso em doentes idosas, aumentando significativamente a densidade mineral, adoptando para cada caso terapêuticas hormonal ou outras, e que mais se ajustem ao caso em questão.

 

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