sábado, 9 de março de 2013

Prevenção da Osteoporose ( 3 )


Dos factores de risco que apresentamos anteriormente, são para o médico e especialmente para o ginecologista, de maior frequência na sua prática clínica:

 

-         menopausa precoce ou cirúrgica;

-         mulheres em menopausa sem qualquer tratamento;

-         amenorreias prolongadas, mesmo na adolescência;

-         hiperprolactinemias;

-         anorexia nervosa;

-         quadros de hipogonadismo.

 

Todas estas situação cursam com carência estrogénica importante.

A carência estrogénea, típica da menopausa encontra-se directamente relacionada com uma diminuição da formação óssea, o que juntamente com a carência em vitamina D, frequente nestas idades, leva a um hiperparatiroidismo secundário que faz aumentar a reabsorção óssea.

Os quadros de hipogonadismo e de amenorreias podem ser da responsabilidade de alterações ováricas ou de alterações hipotálamo–hipofisárias.

        Assim, por alterações ováricas podemos ter:

 

-         disgenesias gonádica;

-         agenesia gonádica;

-         insuficiência ovárica primitiva, na qual se pode incluir o ovário resistente às gonadotrofinas;

-         menopausa.




 

Por alterações hipotálamo-hipofisárias podemos observar:

 

-         nanismo hipofisário (por defeitos congénitos, infecções, traumatismos, formas idiopáticas e tumores, dos quais se destacam os craneofaringeomas, adenomas basófilos e adenomas eosinófilos);

-         síndrome de Sheehan ou a necrose isquémica da hipófise no pós-parto;

-         síndrome da célula turca vazia;

-         amenorreia com anosmia;

-         sídome de Chiari- Frommel do pós-parto;

-         síndome de Castillo ou de Forbes;

-         amenorreias psicogénicas (anorexia nervosa);

-         amenorreias iatrogénicas (por utilização de medicamentos).

 

Para o diagnóstico das diferentes patologias destes grupos que não vamos descrever aqui, porque seria inoportuno, há necessidade de lançar mão de um certo número de meios complementares de diagnóstico:

 

1.     Doseamentos de:

-             FSH;

-             LH;

-             Estradiol;

-             Prolactina;

 

2.     Ecografia pélvica para avaliação da ecoestrutura dos ovários.

 

3.     TAC ou RM hipofisária, para a avaliação de lesões da hipófise ou de estruturas vizinhas.

 

O ponto comum de todas estes quadros é que têm estradiol muito baixo, prolactina normal ou alta e gonadotrofinas altas ou muito baixas. Todos eles cursam portanto, com carência estrogénica que o médico terá de diagnosticar e depois compensar com terapêutica adequada para evitar o aparecimento ou o agravamento da osteoporose.

 

Medidas Preventivas e Tratamento da Osteoporose

 

Os objectivos da prevenção da osteoporose é prevenir a perda óssea e reduzir a incidência de fracturas e melhorar a qualidade de vida .

Isto pode alcançar-se de várias maneiras e por isso temos três tipos de prevenção:

a)    na prevenção primária na criança e adolescente que visa alcançar o mais elevado pico de massa óssea possível no período de crescimento.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            prevenção primária no adulto, que tem por objectivo prevenir mais perda de massa óssea, particularmente em mulheres em pós-menopausa (sabe-se que depois dos 50 anos, 40% das pós-menopâusticas terão uma fractura osteoporótica durante a sua vida);

 

b)    prevenção secundária nas mulheres que tiveram já fractura, actuando medicamente para diminuir a possibilidade de novas fracturas.

 

Estes três tipos de abordagem preventiva, podem ser atingidos através de modificações no estilo de vida e na administração terapêutica de variados fármacos, adequados a cada caso concreto. Há hoje numerosos tratamentos eficazes para a osteoporose e outras opções, em breve estarão à nossa disposição no mercado farmacêutico.

Todos os tratamentos médicos e as alterações no estilo de vida, têm por objectivo reduzir a perda de massa óssea e aumentar o capital ósseo , de maneira a diminuir ou anular o risco de fractura.

Tudo isto deve ser transmitido à doente, elucidando-a da doença silenciosa que tem, da dificuldade em fazer tratamentos quando nada se sente, mas que apesar disso , a sua doença é crónica e sem tratamento poderá levar ao aparecimento de fracturas com localização vertebral ou femural e cuja gravidade, longo internamente e complicações, não são de menosprezar.

Por isso, há necessidade de explorar e pesquisar certo número de factores para podermos agir na prevenção e tratamento do caso em questão.

 

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